13 de outubro de 2006

Quando falta Marketing

Quando empresas resolvem expandir seus mercados, entrar em outros países, vizinhos ou não, devem realmente compreender o que irão encontrar lá, não existe a mesma cultura, o mesmo pensamento, os mesmos gostos e o jeito para lidar com o consumidor é completamente diferente, deixando bem claro que os fatores culturais pesam, e muito, na hora em que a decisão de entrar em mercados diferentes é resultado de muitos estudos.
Existem inúmeros exemplos onde uma empresa quis ditar as regras do outros país, praticamente empurrando seus produtos e causando desconforto e até mesmo perdendo uma grande oportunidade de conhecer melhor um mercado, estudar como ele funciona e a maneira correta de atingir o público desejado.
Não basta apenas montar um escritório, coletar muitos dados ou enviar alguém para observar o mercado, dedicar-se aos estudos mais aprofundados do novo mercado é apenas um dos pontos que pesam e trazem resultados, deve haver uma interação entre o que a empresa deseja e o que o consumidor quer, e em alguns casos o primeiro susto é um alerta de que o planejamento foi mal elaborado, não forma feitas as coletas de dados necessárias ou então as informações geradas foram distorcidas ou mal interpretadas.
É comum que alguns nomes de produtos tenham que ser substituídos em muitos países, para isso existem departamentos que buscam informações constantemente e avaliam a viabilidade de um produto dar certo ou não no mercado escolhido.
Nomes ou Marcas são trocadas com a intenção de captar mais consumidores e não causar certos constrangimentos, piadas motivadas pelo nome e até mesmo que o produto não venda como o esperado, logo será lançado no Brasil um novo utilitário chinês, seu nome já é motivo para piadas e brincadeiras, pois a empresa não fez seu dever de casa corretamente e preferiu deixar o nome original do carro.
A minivan Chana, primeiro utilitário chinês a ser comercializado no Brasil, estará no Salão do Automóvel, em São Paulo (de 19 a 29 de outubro). Importada pela Districar, que já distribui a marca SsangYong no mercado nacional, a família será apresentada em três versões. Além de minivan, batizada de Family, haverá a picape (Cargo) e a furgão (Utility), que se destacam, de acordo com o importador, pela simplicidade de suas linhas e pela “racionalidade mecânica”, baseada em uma única plataforma. Traz motor de 970 cm³ de cilindrada, injeção eletrônica e potência de 53 cv (cavalos). A capacidade de carga é de 650 kg. A minivan transporta até sete pessoas e já vem equipada com ar-condicionado. O preço estimado deverá ficar entre R$ 25 mil e R$ 30 mil. O utilitário é fabricado pela Changan, uma das maiores montadoras chinesas, que produz por ano mais de 500 mil veículos, incluindo automóveis, ônibus e caminhões, em cinco fábricas.
Fonte: http://www2.uol.com.br/interpressmotor/noticias/item15109.shl

Como pode-se notar, a maior vítima de todo este processo de entrada em um novo mercado, é o Marketing, ou melhor dizendo, a falta do Marketing, porquê para alguns empresários não há necessidade de investimentos nesta área, principalmente quando seu país é transformado de repente em um centro global de produção, não importando-se em estar atento a detalhes como um simples nome, visando apenas produzir muito mais barato e que será vendido para todo o mercado global, como tantos outros já o fizeram e obtiveram sucesso mudando suas estratégias de Marketing, as Marcas usadas, aplicando em Pesquisa e Desenvolvimento e promovendo crescimento da organização em todas as áreas.
Uma grande organização não é feita apenas por um departamento, mas sim por toda a equipe envolvida, crescendo e desenvolvendo projetos que tragam resultados e não sejam alvos de acontecimentos, talvez não percebidos, mas que geram um desconforto com o consumidor, já que os estudos sobre os mercados devem ser feitos de maneira coerente, aplicada e trazer o conhecimento mínimo para evitar confusões, pois estas acontecem até mesmo dentro de um único país, como exemplo o próprio Brasil, onde existem culturas locais que tratam certas palavras do vocabulário de forma diferente e que exige um estudo imenso na hora de lançar um produto em nível nacional.
Quando houver uma oportunidade de entrar em um mercado "estranho", deve-se estar atento aos detalhes que mais podem definir o sucesso ou não do produto a ser lançado, talvez seja por isso que em alguns casos quem sofre seriamente na organização é o Marketing e seus conceitos, pois sempre há o que descobrir dentro de um país, região, estado, cidade e no mundo, e abandonar o próprio ego é algo que muitas organizações devem aprender a fazer para colher bons frutos e criar uma imagem positiva na mente dos consumidores.
Na falta de criatividade, pesquisas e compreensão, o bom senso pode falar mais alto e dar o tom de certas ações, mesmo quando todo o estudo feito para divulgar e gravar a Marca no mercado tenha que ser refeito pelo Marketing, que não deve abalar-se com isso, mas sim provar que no Marketing existem mentes brilhantes que trabalham em conjunto com todos os departamentos e faz valer muito mais toda e qualquer informação armazenada na empresa.
O Marketing busca a perfeição, em certos casos aproxima-se de tal referência, mas deixar que apenas um dos ativos de um produto, a Marca, acabe com tudo é abandonar todos os conceitos.