17 de julho de 2007

A comunicação e os relacionamentos organizacionais em Marketing

A comunicação é um dos fatores primordiais dentro das organizações, independente de sua forma ela influencia diretamente os resultados da própria organização e deve gerar relacionamentos que permitam aos colaboradores um ambiente produtivo e criativo.
Atualmente percebe-se a necessidade da velocidade nas respostas, o que antes foi tomado como um benefício, hoje é um ponto exigido diariamente, trazendo conflitos, em certos momentos salutares e em outros causando um desgaste pessoal muito maior e, em certos casos, desnecessário.
Alguns hábitos podem trazer benefícios para o ambiente organizacional, como o simples fato de comunicar alguma divergência de opinião, sendo esta feita de maneira adequada, trará muitos benefícios para todos, pois uma síntese é muito mais completa do que a tese e a anti-tese.
Com o passar dos anos a comunicação foi modificada, os meios utilizados ganharam possibilidades antes inimaginadas pelas pessoas e hoje a internet é uma das grandes fontes de sucesso e, ao mesmo tempo, conflitos.
O hábito de clicar e obter uma resposta tornou-se um fato corriqueiro na vida de todos, a comunicação ganhou um impulso de imediatismo exigido pelo mercado e transformou a vida de todos, da mesma forma acaba gerando problemas para as pessoas, pois a verificação das informações pode ser deixada em segundo plano e atrapalhar o desempenho de todos.
Naturalmente o ser humano tenta correr contra o tempo, a internet é mais uma prova da necessidade humana em ter tudo aos seus pés em pouco tempo.
O aprendizado é minimizado, o conhecimento parece na ser mais necessário para que as relações acabem estabelecendo vínculos duradouros entre as pessoas, permitindo com que os problemas de comunicação, inerentes ao ser humano, transformem-se em oportunidades de aprendizado mútuo.
Há inúmeras vantagens em aproveitar a velocidade, a transmissão das informações é praticamente imediata, mas sua compreensão envolve alguns pontos vitais para o sucesso, como:
  • Clareza: o texto deve ser claro, com uma linguagem de fácil compreensão e que deixe a interpretação muito próxima do que foi imaginado pelo emissor;
  • Perecibilidade: as mensagens tem um período de vida, algo que deve ser executado imediatamente pode ser transmitido diretamente (diálogo direto entre as pessoas) e que traga o prazo de execução da tarefa;
  • Importância: todas as ferramentas de comunicação tem como premissa a importância, especialmente dentro do ambiente organizacional, desta forma não existe motivo para que fatores externos acabem retirando a atenção da pessoa durante a execução de seu trabalho;
  • Imparcialidade: o assunto deve ser pontual, informar o necessário e dar ao receptor os dados necessários e adequados;
  • Retorno (feedback): quando a comunicação é realizada de forma não verbal, deve-se solicitar a confirmação de recebimento e compreensão do texto, seja por carta, fax, telegrama ou mesmo e-mail.
Também percebe-se que as organizações utilizam-se de estruturas similares às militares, o que acaba trazendo à hierarquia uma similaridade com exércitos e, com isso, há uma comparação direta de executivos com generais e dos colaboradores como o exercito que propicia a conquista diária de mercado.
Da mesma forma as comunicações seguem um padrão militar, exceto pela abertura do feedback, atualmente, nota-se claramente que até mesmo os generais podem dar ordens e não serem compreendidos em sua plentiude.
Sun Tzu comentou: ‘Se as instruções não são claras, e os comandos, pouco explícitos, a culpa é do comandante. E quando são bem claramente postos, mas não executados de acordo com os ditames militares, então a culpa é dos oficiais’. (Tzu, p. 15)
Com o passar dos anos e o advento da internet houve uma redução de obstáculos para a transmissão de informações, de mensagens e até mesmo de contato entre pessoas em qualquer lugar do planeta, programas de mensagens instantâneas são muito bem-vindas e facilitam o trabalho em determinados momentos.
Mesmo assim existem limites que atingem todos os meios de comunicação, desde a distância em si, bem como a presença de compreensões distintas.
Cada pessoa recebe a mensagem da comunicação de maneira que sua interpretação seja única, mesmo que as pessoas estejam frente a frente, sempre há algum ponto que leve a distração e a perda do significado de parte da mensagem, o simples fato de ouvir parece não ser um exercício muito comum entre as pessoas.
Uma das maiores barreiras encontradas é o não ouvir as diferentes opiniões, exigir que apenas uma verdade seja utilizada e com isso o prejuízo é o resultado final, principalmente quando os créditos das informações são dados pela aparência e não pelo seu conteúdo.
“De modo geral, os homens julgam mais com os olhos do que com o tato: todos podem ver, mas poucos são capazes de sentir. Todos vêem nossa aparência, poucos sentem o que realmente somos[...]’’. (Maquiavel, p. 109)
A cada novo nível de comunicação, há uma interpretação diferenciada e ruídos que interferem diretamente na absorção do conteúdo, entre as diversas formas, podem ser destacadas:
  • Comunicação falada direta: fatores externos acabam provocando a perda de foco, ouvir a mensagem torna-se um exercício que deve trazer uma síntese de ambas as partes, estar distante ou distrair-se elimina qualquer possibilidade de acordo entre as pessoas que estão frente a frente;
  • Comunicação por telefone: comum em ambientes organizacionais e que pode apresentar ruídos que prejudiquem a compreensão, o emissor e receptor trocam informações, possíveis dúvidas surgem da parte do receptor, mas o curto espaço de tempo pode eliminar dados importantes desta forma de comunicação;
  • Comunicação escrita: as interpretações podem gerar conflitos de compreensão, o receptor não irá interpretar como o emissor, desta maneira deve-se abrir um meio para a retirada de possíveis dúvidas, especialmente quando a cultura e o conhecimento de cada um dá um viés ao conteúdo, direcionando-o para lados opostos.
Quanto menor o nível de pessoalidade, ou seja, da presença de uma pessoa diante da outra, maior é o risco de interpretações errôneas ou distantes, causando impactos profundos no contexto da mensagem e levando aos conflitos quando não há abertura para trocas de informações sobre o que é realmente o conteúdo da mensagem.
Lidar diariamente com a comunicação organizacional pode reduzir diferentes interpretações, pois as diversas áreas utilizam terminologias distintas e que dão sentidos diferentes em contextos diferentes.
Referências:
MAQUIAVEL,
Nicoló. O Príncipe, Editora Martin Claret, São Paulo, 2006.
TZU, Sun. A arte da guerra, Editora Martin Claret, São Paulo, 2006.