10 de outubro de 2006

Marketing e Logística

Com a competitividade mais acirrada atualmente, não basta somente ter um bom produto, há também que definir muito bem como disponibilizá-lo ao consumidor, ter uma boa manutenção dos meios de transporte, as vias mais adequadas para levar até o consumidor os produtos, até quando armazenar produtos em estoques e saber qual é o momento correto para ressuprir a quantidade necessária e que leva à escolha de um produto nas lojas.
Fazer com que as áreas de Marketing e Logística atuem em conjunto é um dos segredos de a estratégia envolvida desde o processo de geração da idéia, passando pela fabricação e chegando até às mãos dos consumidores finais, faz com que o trabalho seja árduo, porém muito mais seguro e realmente trará um retorno nas vendas muito maior.
Um produto que não está na prateleira não vende, o que está longe dos olhos do consumidor é algo que ficará em estoques, guardados para sempre e será perda dos investimentos realizados, dos estudos altamente complexos, do uso de fórmulas compostas por logarítimos, cálculos de estocagem, ressuprimento, movimentação, transporte e custos que perdem os sentidos quando algo dá errado, pois esqueceu-se de unir as áreas que atualmente estão mais expostas, Marketing e Logística.
Cada segundo perdido neste processo é dinheiro perdido, pode afetar na qualidade dos produtos e prejudicar a imagem da organização, até mesmo quando alguma variável não controlável da empresa interfere diretamente na presença dos produtos nas prateleiras.
A Internet tratou de popularizar ainda mais os estudos sobre a Logística, pois com apenas um clique do mouse consegue-se ter o mundo e todos os produtos em mãos, não importando mais a distância que o produto percorre para chegar até ele, nem mesmo como será transportado e o que realmente irá definir uma próxima compra é a entrega dentro do prazo e com o estado perfeito do produto, por um preço justo e que irá satisfazer os desejos do consumidor.
O tempo é algo que interfere diretamente na união entre Marketing e Logística, cada um deles sabe o preço pago por sair de um prazo, perder clientes não é o desejado e em alguns casos a manutenção da parceria é feita com base em um histórico altamente confiável, há uma união entre os planejamentos e traçam um futuro promissor para ambos.
Dentre os conceitos pouco compreendidos, a Logística pode ser uma das grandes vítimas, para muito trata-se apenas de um instrumento de Marketing, mas quando analisados com mais atenção percebe-se que são inúmeros os fatores que aproximam estas ciências tão usadas nos dias de hoje, como: inteligência estratégica, administração da produção, gestão de parceiros e controle de estoques.
Ao contrário da visão tradicional, logística é muito, muito mais que o transporte de mercadorias, e sua importância na última década tornou-se tão vital para a produtividade, a eficiência e a rentabilidade dos negócios que logística virou espertamente slogan de uma série de companhias que nada mais fazem que carregar caminhões. Mas, numa simplificação, pode-se dizer que contar com uma boa Logística significa colocar o produto no lugar certo, na hora e na quantidade certa, a preços competitivos. "A Logística está presente em praticamente todas as atividades empresariais", diz Adalberto Panzan, presidente da Associação Brasileira de Logística (Aslog).

Longe do ideal

A ineficiência no transporte de mercadorias provoca um alto custo para a economia dos países.Veja a distância entre as nações emergentes e desenvolvidas nesse campo

País ou região

Custo sobre o PIB

China

21%

Índia

13%

BRASIL

12%

Europa

11%

Estados Unidos

8%

Fontes: Conselho de Profissionais de Gestão de Cadeia de Suprimentos dos Estados Unidos e Centro de Estudos e Logística

do Instituto Coppead de Administração do Rio de Janeiro

Nos últimos anos, a globalização colocou a Logística em um novo patamar. Com o aumento brutal da circulação de mercadorias e a pressão incessante por reduzir custos e aumentar as vendas, as empresas voltaram os olhos para a importância de desenvolver uma cadeia de suprimentos eficiente. Isso implica a coordenação das diversas partes envolvidas num processo produtivo, do fornecedor da matéria-prima aos parceiros responsáveis pelo desenvolvimento do projeto, passando pela operação de frotas de transporte, pelo recebimento de encomendas e até pelo recolhimento de pagamentos. Em certo sentido, é possível comparar os bens que circulam no mundo com a avalanche de informações presentes na internet. Tanto as mercadorias "físicas" como as "virtuais" estão se tornando cada vez mais abrangentes, exigindo das empresas uma rápida adaptação para atender a um mercado em permanente mudança.
Para tornar sua cadeia de suprimentos mais ágil e competitiva e dedicar mais tempo ao próprio negócio, empresas terceirizam grande parte de sua produção. Esse processo exige elevado grau de planejamento logístico, já que envolve parceria com dezenas de outras empresas, empregam ferramentas como o just-in-time e aprimoram ainda mais os estudos que dão ao Marketing mais informações que são necessárias para traçar estratégias e compreender como o consumidor deseja receber seus produtos, quais são as expectativas criadas e os desejos.
No mundo globalizado, as operadoras de transportes expressos estão se tornando gigantes dos negócios, empresas com enorme potencial e com grande capacidade de interferência -- para o bem e para o mal -- no dia-a-dia de seus clientes. Nos Estados Unidos, a UPS, que transporta 14 milhões de pacotes por dia, criou uma facilidade para quem precisa consertar computadores laptop da marca japonesa Toshiba. Quando o laptop chega a um de seus centros de distribuição, é levado para um armazém onde o reparo não é feito pela Toshiba, mas pela própria UPS. Seus técnicos são treinados por profissionais da Toshiba. Mas não deixa de ser surpreendente o fato de que uma empresa de entregas expressas realize reparos em equipamentos eletrônicos. Nesse caso, UPS e Toshiba entraram em acordo para tornar a vida do cliente mais fácil. Por que envolver duas companhias gigantes em um processo que, na prática, poderia ficar sob a responsabilidade de apenas uma delas?
O avanço da Internet deu um formidável impulso às empresas de entregas expressas. O comércio eletrônico contribuiu para que a americana FedEx batesse todos os seus recordes de movimentação em dezembro do ano passado, quando foram transportados quase 9 milhões de pacotes em um único dia. E uma nova revolução Logística está a caminho. Numa tendência global, o transporte de carga via aérea está ocupando o espaço que historicamente pertenceu a navios, trens e caminhões. Estudo da consultoria McKinsey estima que, em 2020, cerca de 80% de todos os bens que cruzam as fronteiras internacionais serão transportados por aviões, ante os atuais 20%. A projeção é baseada justamente no crescimento exponencial do comércio eletrônico e na importância cada vez menor das fronteiras para o comércio internacional. É nesse cenário que a FedEx está inserida. "Somos muito procurados pelo varejo eletrônico pela confiança gerada pela marca, mas nosso objetivo é ampliar cada vez mais os serviços oferecidos", afirma Carlos Ienne, diretor-geral da FedEx Express para o Mercosul.
Recentemente, uma pesquisa realizada pela FedEx mostrou que, apesar do crescimento de utilização da Internet e do e-mail como formas de comunicação, a demanda por documentos em papel não dá sinais de redução. Baseada nisso, a FedEx adquiriu nos Estados Unidos a Kinkos, uma cadeia de lojas especializadas em fazer fotocópias, com 1 300 pontos-de-venda no país. A aquisição permitiu a criação de um novo negócio. Em vez de simplesmente despachar por via área documentos em papel, a FedEx passou a oferecer a seus clientes um serviço de impressão remota. Se, por exemplo, um executivo precisar de pilhas de documentos para fazer uma conferência num lugar distante do seu de origem, basta enviar o material eletronicamente a uma loja da Kinkos e retirá-lo na forma impressa. Não existe palavra mais adequada para definir esse procedimento do que logística.
No Brasil, os serviços logísticos sofrem com os gargalos históricos que impedem que o país cresça no mesmo ritmo de emergentes como a China. Rodovias precárias, linha ferroviária ultrapassada, aeroportos insuficientes, portos defasados são obstáculos à expansão acelerada e à sofisticação do negócio. Mesmo com todas as deficiências estruturais, o setor vem registrando bons índices de crescimento. Em 2005, a logística movimentou aproximadamente 214 bilhões de reais no país, valor que deverá ser 20% maior neste ano. Mas há muito para ser feito, especialmente no desenvolvimento tecnológico. Segundo um estudo da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas, 44% de todas as empresas instaladas no Brasil empregam alguma tecnologia em logística. Nos Estados Unidos, esse percentual é quase duas vezes maior. "Um país só se desenvolve de verdade se concentrar esforços para modernizar suas operações logísticas", diz Panzan, da Aslog. "Sem isso, ficará relegado a um segundo plano no cenário econômico internacional."
Parte do texto foi baseado no estudo realizado por Amauri Segalla e Rachel Caires