19 de abril de 2013

A externalização do conhecimento, em detrimento ao aprendizado, nas organizações em Marketing


Nos dias de hoje é muito comum nos depararmos com situações onde a memória das pessoas parece ter sido afetada, estando fora de suas cabeças, incluídas em um banco de dados externo, ficando alheia ao acesso instantâneo e rápido com que se precisa, evidenciando um perigoso jogo onde a informatização da memória cria nas empresas a percepção de que as pessoas são descartáveis e substituíveis a qualquer momento, pois todos os processos e informações acabam gravados em arquivos acessíveis por qualquer um em qualquer momento.
A evolução tecnológica, especialmente a informática, traz avanços inegáveis e carrega também situações imprevistas, como no caso da externalização do conhecimento, não de forma a compartilhá-lo com os demais, mas como método de apenas ter que procurar o que se precisa naquele instante, deixando mais claro que as pessoas passam a não aprender, e absorver, as informações, como se elas não pudessem mais ser utilizadas futuramente.
Isto acontece porque diariamente todos acabam apressando as ações, como se uma reação fosse um atraso, e em muitos casos a reação existe porque alguém com muito conhecimento para, pensa e toma uma posição, contrário ao que é pregado atualmente, onde o tempo parece consumir as pessoas rapidamente, como se ele fosse um inimigo a ser vencido e que a prioridade de cada indivíduo é o agora, apagando as histórias das pessoas e reduzindo a visão de um futuro promissor.
Em contrapartida é possível observar que o conhecimento é tratado como algo que ocupa muito espaço, conectando diretamente a ideia de que as pessoas são como discos rígidos e que logo terão todo o espaço preenchido, fato que se assemelha a inúmeros filmes e que acabam por colocar pessoas contra máquinas.
Isso chega a ser incompatível com a natureza humana, pois tudo o que é construído pelas mãos do homem, incluindo-se livros escritos da forma tradicional ou já virtuais, passa a fazer parte de uma história que aos poucos ganha um tom irrelevante dentro das organizações, pois as pessoas acabam impedidas de terem suas próprias ideias e só podem concordar com o que outras pessoas dizem, e neste momento cada passo dado até agora parece ter sido em vão.
Mesmo assim existem empresas que optam por fazer o contrário, onde as informações também são armazenadas em bancos de dados, mas o conhecimento "humano" tem um valor tão elevado que sem qualquer equipamento de armazenagem de dados é possível criar e produzir, colocando as pessoas em um nível onde todos passam a contribuir através das mais variadas fontes e colocam à disposição dos demais muito mais do que meros arquivos digitalizados.
Por outro lado fica evidente a dependência de muitas pessoas da memória externa, onde nada mais é concebido da maneira tradicional, e as ideias acabam se esgotando rapidamente, pois diariamente há uma tendência, que acaba em vício, de se depender cada vez mais do que não é carregado consigo, então o que antes até poderia ser tido como de cor perde o sentido.
Além disso, há um tratamento interessante que é dado às pessoas em meio à evolução encontrada, pois aqueles que possuem um conhecimento "comum" acabam tendo vantagem em meio àqueles que tomam mais tempo para encontrar uma resposta, já que precisam correr atrás da informação.
Outro ponto relevante é a incapacidade de se comunicar om as demais pessoas de maneira fluente, pois o hábito de uma pesquisa contínua por aquilo que é necessário atrofia o cérebro e cria barreiras que dificultam até mesmo as relações interpessoais, criando um isolamento no mundo físico que só faz crescer a dependência do arquivamento virtual das informações, que neste caso são na verdade o conhecimento, só que tratado de forma menos adequada.
Então o lidar com outras pessoas ganha uma limitação sem precedentes, é como se todos fossem alienígenas de um mesmo planeta, pois até mesmo o tempo acaba se tornando vítima de incompreensão, já que tudo é para agora e os seres humanos passaram a acreditar que são donos do tempo, quando no fundo só podem aproveitá-lo adequadamente ou não.