6 de dezembro de 2006

As empresas e o Marketing estão mudando

É natural que o mercado venha a mudar constantemente, mas nas últimas décadas todo este processo foi acelerado, a evolução tecnológica proporciona mais rapidez na busca por Informações e traz consigo o conhecimento de certos dados abertos aos concorrentes, então o profissional de Marketing deve ter em mãos os dados mais próximos da realidade do mercado.
Realizar uma Pesquisa pode não responder todas as questões e dúvidas de uma empresa, mas deve dar um direcionamento, uma linha que deve ser seguida e que trará o consumidor certo até o produto ofertado, deve-se também aproveitar o feedback, essencialmente neste mercado globalizado e com uma concorrência muito mais acirrada, pois seu "adversário" não necessita mais estar localizado no mesmo território que a sua empresa.
A exigência do consumidor cresceu muito, a profundidade com a qual conhece o produto pode surpreender algumas empresas, normalmente as despreparadas, demonstrando que na era do conhecimento nada mais pode ser escondido e até deve-se demonstrar ao consumidor o que ele procura, as características e qualificações contidas nos produtos.
Atualmente a Internet têm possibilitado um nível de concorrência muito maior, o produto está ao alcance de um simples clique do mouse, as Informações está ali, bem diante dos olhos, e as empresas devem ter muito mais cuidado na hora de elaborar uma estratégia de Comunicação.
As empresas podem mudar alguns aspectos, algumas das tendências são:
  • Reengenharia: as empresas não devem mais concentrar-se em departamentos, todos devem estar organizados em equipes multidisciplinares, onde o conhecimento individual torna-se parte do conjunto e aplica-se em todo o processo de criação de estratégias e desenvolvimento de produtos;
  • Terceirização: as empresas passam a comprar bens e serviços de terceiros, eliminando assim áreas dentro da organização que podem não ser relacionadas diretamente com o negócio e acabem trazendo gastos desnecessários para a empresa, assim como ocorrem com empresas virtuais, que não possuem muitos ativos e conseguem bons lucros;
  • E-commerce: atrair clientes para lojas ou enviar vendedores não é mais tão necessário, o consumidor pode comprar pela Internet, não permitindo que um vendedor acabe "empurrando" um produto indesejado ou aquele que não era o procurado pelo consumidor, além de fornecer muito mais dados sobre o produto;
  • Benchmarking: a empresa não depende mais do seu auto-aperfeiçoamento, deve buscar estudos e aprender com empresas de "classe mundial", adotando suas melhores práticas;
  • Alianças: as parcerias são fundamentais para conquistar uma fatia maior de mercado, agindo em bloco as empresas acabam fortalecendo suas relações e dão ao consumidor mais confiança e satisfação na entrega do produto;
  • Parceiros-fornecedores: o número de fornecedores deve ser reduzido, garantindo assim a qualidade do produto, a parceria e confiança de ambos os lados;
  • Centradas no mercado: não há mais espaço para agir conforme o produto, deve-se procurar um Segmento de mercado;
  • Globais e locais: a empresa não pode mais colocar-se como pertencente àquele determinado local, na verdade deve ser um misto de empresa local e global, pois seus produtos podem ser adquiridos por qualquer outra região que não a das suas instalações físicas;
  • Descentralização: a Administração não deve mais ser de cima para baixo, a criatividade, iniciativa e espírito empreendedor devem ser mais valorizados dentro do nível local.
Por sua vez, o Marketing ajusta-se aos novos temas:
  • Marketing de relacionamento: o ponto central não é mais somente a transação, mas o relacionamento de longo prazo, concentrando-se em clientes, produtos e Canais;
  • Valor do cliente ao longo do tempo: a fidelização passa a ser um ponto vital para todas as organizações;
  • Participação nos clientes: permitir que o consumidor, já fidelizado, venha a procurar mais produtos ou serviços da empresa, por um período de tempo maior;
  • Marketing para mercados-alvo: definir muito bem que é seu mercado-alvo, sem buscar atingir todos os consumidores de todos os mercados, procurar um foco e mantê-lo ao longo do tempo;
  • Individualização: os produtos não podem ser mais "únicos", não devem mais serem vendidos da mesma forma para clientes diferentes;
  • Banco de dados de clientes: passar da coleta de dados das vendas realizadas para o Data Warehouse, muito mais completos e informativos ao profissional de Marketing;
  • Comunicação integrada de Marketing: não depender exclusivamente de uma única ferramenta de Comunicação, mas combinar o uso de todas as ferramentas;
  • Canais de Distribuição como parceiros: os intermediários não devem mais receber tratamento de "clientes", mas sim de parceiros na entrega dos benefícios ao consumidor;
  • Todo funcionário é um profissional de Marketing: o Marketing não é realizado somente pelas equipes de Marketing, toda a organização, passando por vendas até atendimento ao cliente devem ter o mesmo foco, o cliente;
  • Tomada de decisões baseada em modelos: não tomar decisões baseadas em feeling (lembrando mais uma vez que somente Morris Albert tem lucro com Feelings), o embasamento em modelos é vital para o sucesso da empresa no mercado.
O profissional de Marketing deve ser um estudioso constante, conhecer muito bem o terreno onde pisa e quais serão as dificuldades encontradas, buscando Informações e trazendo consigo conhecimento e sabedoria.
Fonte: KOTLER, Philip. Administração de Marketing, São Paulo, 10ª Edição, 2004.