21 de abril de 2011

Social share em Marketing

Ainda existem organizações que tratam o relacionamento com o consumidor como um detalhe sem importância, onde só existe a relação durante o ato de compra e que as opiniões dos clientes não tenham efeito algum, demonstrando total desconhecimento sobre as redes que hoje são formadas, com um fluxo de informações sendo trocadas tão rapidamente que o suposto poder das empresas desapareceu.
Perder clientes parece a especialidade de muitas empresas, ainda mais quando as pessoas têm em mãos novas maneiras de se comunicar, onde a conexão existente permite que as trocas de informações sejam rápidas e mais confiáveis do que as advindas das próprias empresas, apontando para um comportamento do consumidor diferenciado e que pode até pegar de surpresas as organizações que não conseguem olhar além dos seus muros.
Sendo assim fica mais interessante observar a nova relação das pessoas com as empresas, o jeito como tudo é tratado não passa mais por uma espera, e a rapidez com que uma informação percorre o mundo já aponta um caminho sem volta, e as inovações acabaram por colocar o consumidor em evidência, trocando o papel das empresas para um estado terciário, onde a pessoa está em primeiro plano, as redes de amigos ficam muito próximas deste nível e as organizações quase passam despercebidas.
Desta forma o envolvimento do consumidor com as informações é elevado, a troca que antes era apenas presencial agora é instantânea, ocorre no momento em que um produto ou serviço é adquirido, e neste simples ato, o compartilhamento de informações, já é possível perceber que na maioria dos casos as pessoas estão muito à frente das organizações.
Então a relevância, e até mesmo o poder, da informação trocaram de mãos de forma abrupta, pegando muitas organizações desprevenidas, pois estavam fechadas à inovação, com isto as redes e mídias sociais determinam as reações das empresas, pois a ação agora faz parte do conjunto de atividades do consumidor.
Por isso muitas empresas correm atrás de clientes quando uma mensagem cita a organização, seus produtos ou serviços e as marcas, colocando em xeque novamente o tal poder que houve em um tempo onde até mesmo as escolhas das pessoas estava limitada por aquilo que as empresas forneciam.
E como as pessoas estão trocando cada vez mais informações é possível observar que no mercado as empresas correm para as redes e mídias sociais tentando recuperar o que supostamente perderam, só que ao não conseguir lidar com o consumidor já não possuíam nada.
Como o uso de redes e mídias sociais (como Orkut, Facebook, Linkedin, Youtube etc) é uma constante, e também está crescendo entre os consumidores, há um cuidado muito maior quando a exposição de uma marca é feita, já que o tempo de resposta deve ser muito curto, e alguns minutos são suficientes para tornar impossível a retirada de uma marca negativa.
Também chega ser pouco provável que a maioria das empresas estejam preocupadas com estas ações, já que sequer chegam a saber que seus nomes estão soltos, associados aos piores produtos e serviços, que uma indicação de um grupo de pessoas faça um estrago tão grande em tão pouco tempo e mude a visão do mercado como um todo sobre aquela empresa e a impeça de se mover até que consiga suavizar a marca deixada por seu desleixo completo.
E estas informações e ações passam a compor novas formas de se analisar o mercado, a relação das empresas com seus clientes e colocar em evidência muito mais do que o market share, sendo que no meu ponto de vista é possível tratar esta nova visão como o social share, já que as empresas deixam de ser apenas os fornecedores dos produtos e serviços para se tornarem parceiras ou não de seus clientes.
Então é possível aproveitar as novas mudanças, que hoje estão entrando na vida de mais pessoas em foco, especialmente quando a relação das empresas com as mídias e redes sociais não é mais uma questão de vanguarda diante dos concorrentes, mas um fundamento que não pode ser tratado como passível de adiamento.
Desta maneira o social share é mais um indicador no que se refere à própria credibilidade das empresas no mercado, e suas ações vindouras com a intenção de reduzir ao máximo todo e qualquer ruído negativo em um mundo conectado em tempo integral e que faz da distribuição de informações um mundo inesgotável de conhecimento que ficou armazenado por muito tempo em bancos de dados e arquivos que jamais foram usados porque havia uma ilusão de que o consumidor sempre dependeria das empresas, e que hoje é o oposto.
Porém há uma diferença facilmente perceptível entre o market share e o social share, pois o primeiro apresenta um cenário que no presente momento já não pode mais ser exatamente o que acontece, enquanto que o social share traz as informações tão próximas do que realmente ocorre que o tratamento de ambos pode ser feito de forma muito distinta, enquanto que o market share pode ser definido como uma fotografia do passado o social share é o filme que é construído continuamente.
Lidar com novas mídias é um requisito mínimo, uma necessidade tão presente, que por muitas vezes pode assustar as organizações que raramente sabem quem são seus clientes, o que eles pensam delas e porque deixam de comprar seus produtos e serviços, assim como colocam um universo diferenciado de informações à disposição daqueles que não tratam seus clientes como inimigos com os quais estão em guerra diariamente, revelando o amadurecimento do consumidor e das empresas que perceberam o potencial existente em todos os veículos de comunicação.